Distante do ninho
Deslumbrada as vezes fico
Da delicadeza a rigidez com que a vida se apresenta
Me distancio
Desconheço-me em atos fortuitos
Quanta insensatez duvidando da honradez
No espelho ainda me vejo tão presa dentro de mim mesma
As rugas se apressam, chegam, atravessam, mas a menina ainda brinca como se tivesse bonecas
O estranho sempre ficou aqui, nada nunca me invadiu por completo, de incompletudes vive esse vazio, necessário e incerto, dando a lida para a ida em cada romance pelo viver
Minhas mil facetas habitam aqui, em cordas que eu mesma dou a cada uma delas, “regro”, umas reprimidas, outras falidas, já algumas alcançam o céu em travessias loucas, coloridas, inesperadas e absurdas, o que não se pode explicar em imagens e nem pelo o exagero de palavras
Nos delírios que alcançam o meu sorriso, em noites mais ou menos cínica, o amor sempre está, inacabado, reduzido à seco, em silêncios de mordaças transversais, da inquietação a estranheza tem uma sutileza que me desperta a um vício de ter que sofrer por mais, na pele os estados melancólicos que habitam há tanto tempo, parecem que não desejam se libertar dos seus ais. Qual a faceta do amor e da dor? é pela a angustia dos temporais?
Que o espelho nunca dite a idade que se deve amar, que a sol brilhe de forma a brotar sementes sobre tudo que se sente bem mais
E que as estrelas continuem a inspirar os poetas para as serestas diante do luar
E que o Beija-Flor continue lindo e belo na magia dos seus encantos, contrastes e cores, e que nunca se veja no espelho, pois só assim se brota amores
Katiana Santiago

